Grupo técnico estuda implantação de 14 novas estações do catamarã no Guaíba

Depois de décadas dando as costas à massa de água que costeia a cidade, Porto Alegre poderá, finalmente, abraçar o Guaíba. Um grupo técnico com representantes de diversos setores públicos já estuda a possibilidade de criar mais 14 estações do catamarã para, aos poucos, incluir o transporte hidroviário na vida dos porto-alegrenses.

— Tem gente da prefeitura, Marinha, Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) e Metroplan se reunindo semanalmente para tratar disso. Os estudos ainda têm que avançar, mas já são um movimento para acabarmos com a retórica da improvisação e sermos mais proativos em relação a questão do transporte hidroviário — explica o superintendente da Metroplan, Oscar Escher.

O plano diretor do transporte hidroviário está em elaboração desde março e deve ser concluído até o fim do ano. A ideia de licitar a circulação dos catamarãs por toda a orla do Guaíba, no entanto, dependerá do tempo de concessão que será obtido pela prefeitura.

— O estudo vai dar embasamento para buscarmos uma licença por 25 ou 30 anos. Este tipo de transporte precisa de um tempo considerável para justificar os investimentos, que são altos. Para haver empresas interessadas em operar linhas mais longas precisamos de um período maior que o experimental — observa o diretor presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) Vanderlei Cappellari.

Entre as novas estações estudadas estão cinco pontos na zona sul da Capital, um na Avenida Ipiranga, junto à foz do Arroio Dilúvio, um na região metropolitana, em Eldorado do Sul, e outro no Rio Gravataí, que possui condições de navegação até a ponte rodoviária da BR-116. A estes somam-se outros já previstos, como os pontos na Ilha Grande dos Marinheiros e na Ilha da Pintada, além da estação do Sport Club Internacional.

Mesmo com a implantação das novas estações, Cappellari não acredita que o transporte hidroviário será imediatamente assimilado como opção a outros meios pelos moradores de Porto Alegre. A adoção dos catamarãs como meio de deslocamento dentro da cidade dependeria, segundo ele, de um sistema de integração com o transporte rodoviário.

— O número de residências que têm ligação com a costa é muito aquém do ideal para esse uso, já que poucos pontos teriam viabilidade econômica para operar. Pensando nisso, a equipe também está planejando formas de integração do transporte hidroviário com outros — diz o responsável pela EPTC.

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Atualmente, as águas do Guaíba são muito mais convidativas a turistas que usuários regulares do catamarã, cuja passagem é mais cara que a de ônibus: R$ 7,35 é o preço pago pelos usuários para realizar o trecho entre Porto Alegre e Guaíba, os dois únicos pontos em operação.

Os porto-alegrenses ainda aguardam pelo desencantamento do Píer do Cristal, em frente ao BarraShoppingSul. Atrasado há mais de um ano, o começo da operação no local depende, agora, da liberação da Marinha.

— Tivemos um problema de iniciantes, contratando, da primeira vez, uma empresa não credenciada pela Marinha para os estudos de viabilidade, que tiveram de ser refeitos. A nova documentação foi concluída e está com a Marinha, que nos deu 30 dias para análise — esclarece Cappellari.

Zero Hora - http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/transito/noticia/2014/04/grupo-tecnico-estuda-implantacao-de-14-novas-estacoes-do-catamara-no-guaiba-4486989.html