Mobilidade é o maior problema da Capital

Uma pesquisa sobre infraestrutura realizada pelo Sindicato Nacional de Arquitetura e Engenharia (Sinaenco) na semana passada revelou que 70% dos habitantes de Porto Alegre julgam que a maior dificuldade sentida por eles é na área de trânsito e transporte. No levantamento, foram ouvidas 890 pessoas. Outras questões apontadas foram moradias, centro da cidade, saneamento, enchentes, iluminação, parques e calçadas.

A Capital possui uma das maiores taxas de motorizaçãodo País. Segundo a entidade, há um automóvel para cada 2,7 moradores. O presidente do Sinaenco, Edgard Cândia, acredita que a situação é agravada em função do traçado viário de Porto Alegre. "A estrutura é baseada em 12 vias radiais e três perimetrais, mas temos muitas ruas estreitas e não muitos caminhos alternativos que possam aliviar", explica.

O desenvolvimento de um modelo que inclua a maior utilização de transporte coletivo é visto por Cândia como uma solução. " Se o morador tiver a possibilidade de ir de um ponto a outro da cidade rapidamente e com conforto com metrô ou BRT, não vai precisar usar carro", afirma. E diz como esse modelo pode surgir: " É preciso que tenhamos pessoas pensantes em volta dessa questão, que possam prever o que vai acontecer para fazer um planejamento a curto, médio e longo prazo".

A pesquisa foi feita para embasar o debate no seminário " De olho no futuro: como estará Porto Alegre daqui a 25 anos?", que ocorre hoje, no Hotel Deville. O evento abordará temas como mobilidade urbana, desenvolvimento imobiliário, saneamento e habitação da cidade nos últimos 25 anos e nos próximos 25. Nos painéis, estarão presentes o Secretário de Urbanismo de Porto Alegre, Cristiano Tatsch, o  Secretário de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano, Luiz Carlos Busato e o Superintendente da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional, Oscar Escher.

Fonte: Jornal do Comércio